segunda-feira, 5 de julho de 2010

Benefícios da Ed. Domiciliar (Parte I)

Por que optar por ensinar os filhos em casa? Que vantagens temos ao aplicar a educação domiciliar em nossos lares? Essas são perguntas passam pela mente de muitas pessoas. Por conta disso, passamos a explicitar alguns dos principais benefícios do homeschooling.

Naturalização da aprendizagem
A aprendizagem é um processo natural. Claramente, ela também é um processo social, porém, com efeito, o “social” faz parte da natureza humana – ou seja, tudo o que se constitui como processo social também deve ser considerado como natural para a humanidade. Não gastaremos muito mais tempo com essa questão, pois não é o foco deste trabalho, mas cabe ressaltar que, para efeito de esclarecimento, consideraremos a aprendizagem como algo natural e social ao mesmo tempo, sendo esses dois aspectos indissociáveis nesse processo.
Mas, voltando ao benefício em si...
O fato da Educação Domiciliar ocorrer no dia-a-dia da criança (sem quebras de rotina, do locus ou do papel dos sujeitos envolvidos) traz como resultado uma predisposição da criança em aceitá-la como parte natural de sua vida. Começar a ter um tempo de estudo regular se torna quase como aprender uma brincadeira nova – os materiais didáticos são como brinquedos novos, as atividades avaliativas como jogos, e assim por diante.
Com isso não queremos dizer que os pais devem levar o ensino como uma brincadeira, mas que, ao se introduzir a aprendizagem elaborada em casa, esta é vista pelo filho-aluno com tanta naturalidade quanto uma nova brincadeira ou aventura.
Tenho acompanhado um fenômeno muito interessante em uma família que está ensinando suas duas filhas mais velhas em casa: ambas apresentam ânimo para o tempo de estudo equivalente ao ânimo demonstrado na ocasião de um passeio, de um jogo especial ou da aquisição de um novo brinquedo. Ou seja, em termos de intensidade ue ligação emocional, estudar tem se equiparado a essas atividades.
Por que isso acontece?
Bem, no que pese a necessidade de estudos mais aprofundados, podemos concluir que essa alegria pela instrução surge como resultado de alguns fatores:

  • Ao se introduzir o estudo elaborado, quem assume o papel de instrutor é um ou ambos os pais, ou seja, alguém que já é reconhecido pela criança como autoridade e como responsável por ensinar. Dessa forma, o filho-aluno aceita com maior facilidade o que está sendo transmitido e construído durante o processo;

  • Da mesma forma, o locus do processo é a própria casa do educando – um local reconhecido por ele como comum e seguro. Além de permitir que a criança se sinta mais à vontade para aprender, isso também permite que ela visualize seu próprio lar como “local do conhecimento”;

  • Pelo ensino ocorrer de forma individualizada, se torna mais fácil ao preceptor (pai ou mãe) adaptar o ensino e a rotina às necessidades peculiares do educando. Isso diminui a frustração da criança com relação ao processo e potencializa sua identificação com o mesmo.

Não vamos nos aprofundar nesses itens pois serão alvo de futuros artigos, mas, através do que foi exposto, já podemos ter uma noção de como a Educação Domiciliar permite que a criança aprenda de forma natural, sem graves rompimentos em sua rotina e cosmovisão.
Isso, com certeza, constitui-se um grande benefício trazido pelo homeschooling, pois já foi comprovado que a segurança e a ligação emocional do sujeito com o processo de ensino-aprendizagem, não somente potencializam, como determinam o sucesso do mesmo.
Entretanto, cabe ressaltar que este benefício, bem como todos os outros que trabalharemos a seguir, não surgem somente pela aplicação de um ensino domiciliar por si só... O homeschooling traz grandes benefícios, mas somente se for aplicado de forma correta, com organização e disciplina (tanto para os filhos-alunos quanto para os pais-professores). Enfim, o que determina as vantagens e qualidade do processo de ensino não é a modalidade em si, mas sua aplicação de forma adequada e consciente.

Um comentário:

  1. Estou estudando a possibilidade de ensinar em casa. Na verdade já está acontecendo desde o nascimento do nosso filho e não gostaria de fazer essa ruptura e delegá-lo a outros. Como posso ajudar o movimento? Faço pedagogia (por acreditar que será mais fácil o enfrentamento com possíveis denúncias) e meu marido é doutor em Engenharia pela USP e professor universitário federal. Abraço!

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