Em minhas pesquisas deparei-me com inúmeros argumentos favoráveis à educação domiciliar. Alguns são profundos, outros nem tanto...
Mas um, em especial me chamou a atenção. Inclusive, quando tenho que explicar minhas motivações para pesquisar sobre o homeschooling, esse é o exemplo que parece trazer mais clareza sobre o potencial dessa modalidade de educação.
Vamos ao pensamento:
Na prática, o que seria mais difícil: um bebê aprender a falar ou uma criança mais (que sabe falar) aprender a escrever?
Se analisarmos com imparcialidade, a lógica - bem como a neurologia - nos dirá que seria mais difícil o bebê aprender a falar... Afinal, para isso, o sujeito precisa desenvolver uma série de capacidades bastante complexas. Até aqui, parece não haver qualquer equívoco...
Porém, a contradição surge quando constatamos que não mandamos os bebês para a escola com o fim de aprenderem a falar, mas levamos as crianças maiores para essas instituições para que aprendam a escrever!
Como um bebê consegue desenvolver uma habilidade tão complexa quanto a fala sem que um tutor lhe instrua com uma didática apropriada, fundamentada em teorias elaboradas e com a utilização de metodologias bem pensadas e estruturadas?
Simples: o ser humano está "programado" para aprender. Desde o nascimento de nosso primeiro neurônio estamos aprendendo... E isso é natural. Por isso, o simples fato de um bebê estar em um ambiente falante, recebendo estímulos para falar, faz com que o mesmo fale.
Simples assim...
Simples assim...
Quanto à escrita, tiramos a criança do conforto de seu lar, a levamos para um local estranho (escola), a inserimos em um grupo social desconhecido (sala de aula), instituímos uma figura de autoridade que ela não reconhece (professor) e exigimos que ela aprenda algo que parece não fazer qualquer sentido (escrever).
Não é de se admirar que as crianças tenham tanta dificuldade para aprender a ler e escrever e que passem a odiar o contexto escolar!
Mas claro: considero que há exceções... não quero ser injusto neste sentido. Entretanto, em geral, a regra é que as crianças tendem a não gostar de ir à escola.
Um dos grandes problemas da educação institucionalizada é que ela torna artificial algo que deveria ser natural: o aprendizado.
É claro que o simples fato de ensinar uma criança em casa não garante o aprendizado... Mas, pelo menos, possibilita que a educação sistematizada faça parte do dia-a-dia da criança, de seu cotidiano. Se os pais escrevem, inserem a escrita no cotidiano da criança e estimulam o desenvolvimento dessa habilidade, com certeza o sujeito vai desenvolver essa competência com alegria e com muito mais facilidade – assim como acontece com a fala.
Neste sentido, quando contrastamos a fala e a escrita, torna-se bastante explícito que desenvolver o processo de ensino-aprendizagem de forma natural – em um ambiente em que a criança sinta-se segura (lar), rodeada de sujeitos que conhece e têm como referência (família) e por intermédio de figuras de autoridade que reconhece (pais) – é muito mais eficiente do que tentar realizar a mesma tarefa através de um processo artificial.
O ensino domiciliar, como podemos ver, não é meramente uma modalidade de educação, mas uma possibilidade para instruir nossos filhos de uma forma natural e, consequentemente, mais eficiente.
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