Finalizando
a trilogia “Pedagogia
do Gado”,
iremos analisar como somos destinados pela pseudo-educação do Gênio
do Mal para sermos e oferecermos sacrifícios a essa entidade
maligna.
Como nos artigos anteriores, sugiro fortemente que, antes de continuar, você leia os textos prévios desta série para garantir um melhor entendimento sobre o que estamos falando e a linguagem que estamos utilizando. Abaixo deixo os links para os artigos anteriores:
Como nos artigos anteriores, sugiro fortemente que, antes de continuar, você leia os textos prévios desta série para garantir um melhor entendimento sobre o que estamos falando e a linguagem que estamos utilizando. Abaixo deixo os links para os artigos anteriores:
Primeiramente, gostaria de delimitar o sentido de “sacrifício” que utilizaremos no texto. O dicionário Priberam oferece as seguintes definições:
1sa·cri·fí·ci·o
(latim sacrificium, -ii)
substantivo masculino
1. Oferta solene à divindade, em donativos ou vítimas.
2. A morte de Cristo.
3. A missa.
4. Imolação de vítimas em holocausto.
5. Abandono forçado ou voluntário daquilo que nos é
precioso; renúncia.
6. Abnegação; isenção.
Palavras relacionadas: imolação, sacrificar,
sacrificador, holocausto, hecatombe, propiciação, vitimário
Para nossa discussão, gostaria de utilizar as descrições apresentadas nos itens 1, 4, 5 e 6, entendendo “sacrifício” como o oferecimento de algo precioso a uma entidade considerada superior com o fim de receber algum benefício em troca. Neste sentido, oferecer algo que consideramos vil não é sacrifício, pois este pressupõe algo ou alguém a quem damos valor. Além disso, o sacrifício não tem nada a ver com, simplesmente, desprezar ou ignorar algo ou alguém, mas abrir mão deste para receber alguma vantagem em troca. Por fim, o sacrifício tem a ver com uma negociação entre duas partes: uma que é vista como inferior, que serve e sacrifica e outra que é considerada superior, que oferece algum benefício e recebe o sacrifício.
Neste ponto, faz-se necessário salientar uma
característica marcante da personalidade maléfica do Gênio do Mal
que, até este momento, já deve ter ficado óbvia aos que leram os
textos anteriores: ele se considera uma divindade, um deus, um ser
superior que, como tal, deve ser reverenciado, adorado e presenteado
com sacrifícios. Por conta disso, sua pseudo-educação é
aplicada de forma ampla e profunda para que estejamos sempre prontos
a cultuá-lo através dos mais variados sacrifícios. Mas, com
efeito, dentre todas as coisas que podemos sacrificar a ele,
nenhuma lhe agrada mais do que o sacrifício humano – seja o nosso
próprio ou o de nossos filhos.
Para entender mais profundamente como e por que isso
ocorre, utilizemos um pouco do contexto religioso da humanidade
através dos séculos...
Durante toda a história humana sempre houve povos que
adoraram divindades e/ou espíritos que exigiam sacrifícios – e,
muitas vezes, sacrifícios humanos. Entretanto, creio que, para o
nosso estudo, a entidade mais icônica deva ser Moloque.
Vários povos do Oriente Médio e Próximo incluíam essa divindade
com cabeça de touro como um dos seres mais temíveis e poderosos,
acreditando que ela seria responsável por protegê-los de inimigos e
doenças, bem como proporcionar fertilidade para a terra e para a
geração de filhos. Entretanto, o preço que Moloque cobrava para
garantir todos esses benefícios era muito caro: o sacrifício de
crianças – mais especificamente, de bebês. Relatos históricos
afirmam que, nos rituais de adoração a Moloque, os recém-nascidos
eram lançados vivos em uma fornalha posicionada no ventre de uma
grande estátua de metal na forma da entidade. Assim, os próprios
pais sacrificavam seus filhos para agradar à divindade e garantir
proteção, saúde, renda e prosperidade.
Para nós, imaginar esse tipo de atividade religiosa
pode ser repugnante e irracional. Entretanto, somo “educados” a
fazer isso também. Com efeito, estamos sacrificando nossos filhos
para termos proteção, saúde, renda, prosperidade e vários outros
benefícios. E nossas ações se mostram ainda mais cruéis que
as dos tempos antigos, pois não lançamos nossos filhos em uma
fornalha para que sua morte seja rápida, mas vamos matando eles aos
poucos, de forma lenta e sistemática. Primeiro matamos seu coração,
queimando cada pedacinho colorido da alma de nossas criancinhas, até
que não haja mais vida. Então, fazemos nossos filhos seguirem um de
dois caminhos: ou eles morrem fisicamente através da violência
própria (suicídio, overdose, acidente, etc.) ou de terceiros
(assassinato, latrocínio, acerto de contas, etc.); ou se tornam
zumbis, mortos-vivos, sacrifícios andantes que não possuem outro
propósito senão se mover para servir ao Gênio do Mal e sacrificar
outras vidas a ele.
“NUNCA! EU NUNCA SACRIFICARIA UM FILHO A UM
DEMÔNIO COMO ESSE!!!”
Talvez você esteja gritando essa frase em seu coração
neste momento, mas, quando você vê os grandes benefícios que
Moloque oferece, esse fogo todo diminui até apagar, e sua alma fica
tão fria que não parece mais uma ideia tão ruim matar seu filho só
um pouquinho para ter mais tempo, mais dinheiro, mais sossego, mais
prazer...
Não se engane, Moloque e os demais colaboradores do
Gênio do Mal não vão pedir seu filho de graça. Eles sempre lhe
oferecem um bom negócio, um grande benefício. Quando você faz uma
aliança, um pacto, um acordo, um contrato com eles, você recebe
algo em troca, e é essa vantagem que faz você esquecer o valor de
seus filhos – ou melhor, você não esquece o valor de seus filhos,
mas considera que fazer um bom negócio tem mais valor ainda.
Crueldade? Com certeza. Mas, tenho que reafirmar: você
só faz esses pactos porque foi (des)educado a fazer isso desde que
nasceu. Os valores e conceitos que a pseudo-educação gravou em seu
cérebro e em seu coração fazem você acreditar que realmente vale
a pena sacrificar seus filhos para ganhar algo em troca. Você não
poderia pensar/sentir diferente, pois nunca foi ensinado diferente.
Eu garanto que, a menos que você seja um milagre completo, de alguma
forma você tem sacrificado ou, pelo menos, sacrificou no passado a
você mesmo e/ou algum filho a Moloque ou um de seus companheiros.
Talvez você esteja sacrificando seu filho a Mamom
para aumentar seu dinheiro; ou talvez esteja sacrificando a família
toda a Lilith
para ter prazer sexual; talvez você fique bêbado para esquecer os
problemas e sacrifica seu filho a Baco
através de seu comportamento inadequado e violência; ou talvez
ofereça suas crianças a Atena,
deixando que morram aos poucos enquanto você gasta seu tempo e seus
recursos para ter mais inteligência e graus de estudo; ou você pode
estar cultuando Hermes
e sacrificando seus filhos para melhorar suas vendas e/ou negócios;
você também pode estar mentido e enganando seus filhos, entregando
seus corações a Loki
– que também é cultuado quando você zomba de suas crianças para
descontar sua frustração e/ou se divertir com a dor emocional
deles; ou, ainda, você pode estar realmente desejando que seus
filhos nem estivessem aqui, pensando que viveria melhor se eles não
existisse e, assim, os está enregando diretamente a Hades.
Eu poderia continuar por horas, descrevendo como você
sacrifica seus filhos a Azazel
por sua ira, a Belphegor
por sua preguiça ou a Leviatã
por sua inveja... Mas creio que já foi o suficiente para que você
mesmo faça uma autoanálise e reconheça quais são seus “deuses”,
os “benefícios” que está recebendo deles e como está
oferecendo seus filhos (e a si mesmo) como sacrifício.
Todos nós precisamos, urgentemente, tomar consciência
dessa nefasta realidade. Entretanto, não pense que por saber disso e
repudiar essa realidade ela simplesmente deixará de existir. Moloque
e seus amigos tem um contrato assinado por você e não sairão tão
facilmente de sua vida. Enquanto você estiver usufruindo os
benefícios que eles oferecem, eles terão direito de exigir o
sacrifício – e exigirão, pode ter certeza. Se você não oferecer
voluntariamente, eles virão até você e o tomarão à força. Se
você quer impedir isso, o único jeito é renunciar o benefício
que você está recebendo, rejeitar toda a proteção e os favores
que está recebendo do Gênio do Mal e seus comparsas.
Como eu tenho repetido inúmeras vezes, se queremos
salvar as crianças, primeiro precisamos salvar a nós mesmos. Nós,
adultos, precisamos ser deseducados e reeducados para, só então,
podermos educar nossos filhos para a vida e a liberdade. Se nossas
mentes não mudarem e não recuperarmos nossos corações, não
importa o quanto nos esforcemos nem quão nobres sejam nossas
intenções, não deixaremos de sacrificar nossos filhos. Podemos,
até, não sacrificá-los às mesmas entidades para as quais fomos
sacrificados, mas os ofereceremos em holocausto a outras sem
perceber.
Não seja mais um sacerdote do Gênio do Mal, nem de
Moloque e seus companheiros. Não faça mais sacrifícios humanos –
seja sacrificando você mesmo ou outros. Ao contrário, sacrifique os
benefícios que você está recebendo dessas entidades etéreas e
malignas para viver e deixar viver.
Já passou da hora de deixarmos os altares de
sacrifícios aos demônios e iniciarmos nossa grande aventura, a
jornada de nossas vidas: resgatar nossos próprios corações e,
então, partir para resgatar e cultivar os de nossas famílias, de
nossos filhos...
1
"sacrifício", in Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa [em linha], 2008-2013,
http://www.priberam.pt/dlpo/sacrif%C3%ADcio [consultado em
09-07-2014].
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