segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cuidados na Ed. Domiciliar - Educação Física

Algum tempo atrás falamos sobre a importância dos esportes para o desenvolvimento de inúmeras habilidades e competências importantíssimas para a criança. Usando esse “gancho”, nesta semana iremos falar sobre um outro cuidado relacionado ao corpo: a educação física.
Mas, cuidado! Não confunda a educação física tratada neste artigo com a disciplina homônima existente na grade curricular das escolas. Aqui estamos nos referindo a instruções educacionais cujo objetivo é a manutenção do corpo físico e o pleno desenvolvimento de suas capacidades, integrando esse desenvolvimento físico ao intelectual, emocional e sócio-afetivo.
Neste sentido, precisamos ter o cuidado de não negligenciar a educação física quando estamos ensinando nossos filhos em casa. Afinal, muitas vezes, o desenvolvimento intelectual é super-valorizado em detrimento ao desenvolvimento físico.
O que precisamos ter em mente é que, apesar da super-valorização do intelectual que vemos na contemporaneidade, o ser humano não é somente intelecto. Cada um de nós é formado por um corpo físico e por uma alma (mente, volição e emoções). Tenho certeza que alguns acrescentariam o espírito a essa equação, porém, não entrarei nessa discussão – pelo menos, não por enquanto. Quando transmitimos informações aos alunos domiciliares, estamos trabalhando em um nível mental com eles – desenvolvendo somente uma parcela do seu ser. Entretanto, o desenvolvimento de uma pessoa deve ser global e total, abrangendo todas as áreas de sua existência. Devemos desenvolver a mente sim, mas sem esquecer das emoções e do corpo da criança.
Na verdade, várias pesquisas têm demonstrado através dos anos que há uma correlação muito estreita entre o desenvolvimento corporal e o mental de cada pessoa. Muitos pesquisadores relatam como o desenvolvimento de certas habilidades mentais requer a existência de competências físicas prévias.
Podemos citar como exemplo a lateralidade. O nível de desenvolvimento da lateralidade será determinante para a aquisição da habilidade de leitura e escrita. O problema do “posicionamento da barriga” durante a escrita das letras “b”, “d”, “p” e “q” está diretamente ligado à capacidade de compreensão que a criança tem de espaço e direção. Uma criança com lateralidade amplamente desenvolvida irá passar mais rapidamente por essa fase problemática – ou poderá nem passar por ela!
Além dessa questão dos requisitos físicos para o desenvolvimento de competência intelectuais, a educação física também se mostra uma necessidade porque é através dela que os pais ensinarão a seus filhos como cuidar de seu corpo e de sua saúde. Cada pai-mestre deve instruir seus filhos-alunos sobre a importância de praticar exercícios físicos, realizar alongamentos quando de um longo período na mesma posição ou fazendo movimentos repetitivos, etc.
A higiene pessoal também faz parte da educação física e, com certeza, deve estar presente na instrução dada pelos pais aos seus filhos durante os momentos de educação domiciliar.
Mas, falemos da parte prática... Como deve-se desenvolver essa educação física? É necessário haver um horário todos os dias para a execução desse tipo de instrução? Não necessariamente...
Cada família deve analisar sua situação e determinar qual é a melhor forma de instruir suas crianças sobre como cuidar do próprio corpo. Mas minha sugestão é que, a cada dia, pelo menos meia hora seja investida em alguma atividade física. Seja um bate-bola, uma brincadeira de pega-pega, corrida, natação, etc.
Já as instruções relacionadas a como cuidar do corpo e da higiene podem ser dadas durante o dia, em momentos não oficiais de instrução. Mas nada impede que haja um tempo, uma ou duas vezes por semana, no qual o pai ou a mãe trabalha especificamente algum conceito da educação física.
Aí vão algumas ideias do que fazer para ajudar a educar fisicamente uma criança:

  • Utilizar brincadeiras (como siga o líder) para desenvolver a lateralidade da criança, mexendo com noções de direita, esquerda, em cima, em baixo, etc;
  • Permitir que a criança desenvolva sua coordenação motora fina através das fases de desenvolvimento (utilizar massa de modelar, tesoura, lápis de cera, lápis grosso, lápis fino, caneta, etc.);
  • Criar o hábito de praticar alguma atividade física todos os dias (jogando bola, correndo, nadando, etc.);
  • Instruir sobre a importância e a forma correta de praticar a higiene pessoal;
  • Misturar trabalhos intelectuais com físicos, pedindo que parte da atividade seja desenvolvida através da escrita, pesquisa ou oralidade, enquanto outra parte seja apresentada através de algum jogo ou encenação que utilize movimentação e utilização ativa do corpo.

Independentemente das estratégias utilizadas, o importante é que não deixemos a educação física em segundo plano. Ao contrário, devemos pensá-la e aplicá-la como uma parte essencial do desenvolvimento humano de nossas crianças, pensando na forma mais adequada de proporcionarmos aos nossos filhos um desenvolvimento total e global.

Um comentário:

  1. Concordo mesmo com esta visão. Além da criança gostar muito de se expressar corporalmente, a educação física ajuda de várias maneiras no processo de alfabetização. Pular corda por exemplo, trabalha lateralidade, ritmo, noção espacial, tempo.

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